Casal enfrenta cartório e consegue registrar filho com nome polêmico

Um casal de Chesterfield, no condado de Derbyshire, Inglaterra, precisou enfrentar resistência do cartório local para conseguir registrar o filho com o nome que haviam escolhido: Lúcifer. Dan e Mandy Sheldon deram as boas-vindas ao bebê em 2020, mas foram surpreendidos quando a registradora se recusou a aceitar o nome, alegando que a criança “nunca conseguiria um emprego” com essa escolha.
A negativa gerou um embate entre os pais e a funcionária, que chegou a comparar o nome a “Hitler”, em um comentário considerado pelo casal como “extremamente ofensivo”. “Ela mencionou Hitler e disse: ‘Por que vocês não chamam o seu menininho de Hitler?’”, relatou Dan durante uma entrevista ao programa This Morning, que voltou a repercutir nas redes sociais recentemente.
Embora no cristianismo o nome Lúcifer seja associado ao diabo, Dan e Mandy afirmam não seguir nenhuma religião e destacam o significado original da palavra. “Em latim, Lúcifer significa ‘portador da luz’. Antes da interpretação cristã, esse era o real sentido”, explicou o pai.
Diante da insistência da registradora, o casal chegou a ser convidado a se retirar da sala. “Tivemos que perguntar se era ilegal dar o nome Lúcifer ao nosso bebê. Foi um momento muito ofensivo em um dia que deveria ter sido muito alegre”, lamentou Dan.
Como a legislação britânica não proíbe o uso do nome Lúcifer, o registro acabou sendo autorizado. Em nota, o Conselho do Condado de Derbyshire pediu desculpas pela situação e justificou que o papel dos registradores é orientar os pais em casos sensíveis. “Pedimos desculpas se eles se sentiram ofendidos, mas nossos profissionais agem para garantir que os pais estejam cientes de possíveis associações negativas.”
Sobre a escolha, Dan explicou: “Achamos que é um nome forte e marcante. Significa portador da luz e não é muito comum. Por isso escolhemos.”