Macaé Evaristo defende respeito a diversidade religiosa na celebração dos 136 anos do Bembé do Mercado, em Santo Amaro

“O Estado não tem religião, mas tem que respeitar a crença e a religião de cada um. Esse é o nosso grito”, conclamou a ministra de Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, no evento em celebração aos 136 anos do Bembé do Mercado, em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, nesta terça-feira (13/5). Reconhecida como o maior candomblé de rua do mundo, a manifestação cultural e religiosa é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, desde o ano 2000.

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A titular do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) destacou que o Bembé do Mercado demonstra que a resistência do povo negro no Brasil às opressões passa pela espiritualidade. “É a marca do nosso povo de terreiro ocupando as ruas para dizer que nós não aceitamos ser cativos, ser colonizados. A gente reafirma a nossa liberdade e o nosso direito a políticas públicas, educação, saúde, cultura, moradia e a professar nossa fé”, completou.

A secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais do Estado da Bahia, Ângela Guimarães, afirmou que a data é a celebração da saga de um povo que, trazido à força do continente africano, construiu e formou a nação brasileira. “Nós queremos aqui saudar a ancestralidade negra, saudar as nossas lutas de resistência e saudar cada um e a cada uma que atualiza essas lutas. Esse é o dia do Bembé do Mercado, mas é também o dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo. Diz muito do que nós somos como nação”, pontuou.

A representante do governo baiano lembrou que a população negra passou mais tempo sob o odioso regime da escravidão do que em liberdade, que, segundo ela, ainda não é plenamente desfrutada pela população negra. “Infelizmente, o racismo continua nos atravessando, oprimindo as nossas religiosidades, massacrando as nossas culturas, discriminando todo o nosso povo”, pontuou.

A deputada estadual da Bahia, Olívia Santana, fez menção a divindades da religiosidade africana para saudar a festividade religiosa e cultural. “Nós precisamos resistir e viver com dignidade. E é por isso que hoje os tambores vão tocar, mas vão tocar para Xangô, vão tocar para as nossas Yabás, para Yansã e Nkisi”.

Denúncias

Na ocasião, Macaé Evaristo relembrou a importância do debate sobre o respeito às diversidades no âmbito da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que será realizada em novembro em Belém, no Pará. Segundo a ministra, ainda há muito a se construir para o fortalecimento da democracia brasileira e isso também passa pelo respeito às várias formas de expressão de espiritualidade. “As nossas religiões ainda são as mais violentamente atacadas. No nosso Disque 100, canal de denúncias do MDHC, a violência às nossas casas e aos nossos templos religiosos só cresce. No ano passado, foram mais de duas mil denúncias dessa natureza”, frisou.

“Nossa dignidade não existe se a nossa espiritualidade e a nossa dignidade não for respeitada”, finalizou a ministra.

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