Fábrica clandestina de fogos é interditada durante operação policial

Uma fábrica clandestina de fogos de artifício foi interditada na manhã desta quarta-feira (14/5), em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, durante uma operação conjunta envolvendo diversos órgãos de fiscalização e segurança. O proprietário do imóvel, Ariosvaldo Prazeres, foi preso em flagrante e conduzido à delegacia da cidade.

Poupe Honda: Garanta sua Biz 0km com entrada reduzida na Moto Clube de Conceição do Jacuípe

A operação, batizada de Brincar com Fogo”, contou com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Civil, Departamento de Polícia Técnica, Exército Brasileiro e Superintendência Regional do Trabalho na Bahia (SRT-BA).

Durante a ação, os agentes flagraram a produção irregular de artefatos explosivos em uma casa adaptada, sem autorização do Exército e em total desacordo com a Norma Regulamentadora 19, que trata da segurança em atividades com explosivos. O material será contabilizado e incinerado nos próximos dias.

Esquema familiar para burlar a Justiça

A fiscalização apontou que a fábrica operava em descumprimento de uma liminar da Justiça do Trabalho, que proíbe qualquer atividade relacionada à fabricação e comércio de fogos por parte de Gilson Froes Prazeres Bastos, irmão de Ariosvaldo. Gilson é filho do antigo proprietário da fábrica que explodiu em 1998, tragédia que matou 64 pessoas, incluindo 20 crianças, e é até hoje uma das maiores do tipo no Brasil.

Para driblar a proibição judicial, os envolvidos montaram um esquema de ocultação de identidade empresarial. A empresa usada na operação clandestina estava registrada em nome de Ana Bastos Prazeres, irmã de Gilson e de Ariosvaldo. O CNPJ da firma constava nos rótulos do material apreendido, o que reforça, segundo o MPT, a tentativa de ocultar a real autoria da produção ilegal.

Grupo reincidente e uso de “laranjas”

O grupo empresarial da família Prazeres Bastos, que utilizou nomes como Fogos Boa Vista, Fogos Import e Fogos São João, está judicialmente proibido de atuar no setor. No entanto, as investigações revelam que a produção de fogos continuava em funcionamento por meio de laranjas” e empresas de fachada.

O MPT afirma que a informalidade se tornou uma estratégia recorrente da família após as sanções impostas pelas tragédias anteriores, o que teria contribuído para a diminuição da vigilância por parte de órgãos como o Exército, Corpo de Bombeiros, Crea e Conselho Regional de Química.

A decisão judicial vigente determina multa de R$ 200 mil por cada item descumprido, valor que será cobrado judicialmente com base nas infrações constatadas na operação desta quarta-feira.

As investigações continuam para identificar outros envolvidos e possíveis locais de fabricação ou armazenamento ilegal de fogos de artifício na região.

Mande fotos e vídeos com os acontecimentos de seu bairro para o WhatsApp do Fala Genefax (75) 9 9190-1606

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Botão Voltar ao topo
Web Statistics