Sete trabalhadores são resgatados em condições análogas à escravidão na Bahia

Sete trabalhadores rurais, entre eles três indígenas da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãe, foram resgatados nesta terça-feira (27/5) em uma fazenda localizada na zona rural de Guaratinga, no extremo sul da Bahia, em condições análogas à escravidão. A ação foi deflagrada após uma denúncia anônima, segundo informou a Polícia Civil.
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De acordo com os relatos das vítimas, eles eram submetidos a jornadas de trabalho exaustivas, viviam em alojamentos precários, sem acesso adequado à alimentação, higiene ou cuidados médicos, e sofriam restrições à liberdade de locomoção.
Um dos trabalhadores contou que, ao adoecer, só conseguiu atendimento hospitalar em Itabela, cidade vizinha, após pedir ajuda a um colega. O transporte até o hospital foi pago com sacas de café, evidenciando o nível de vulnerabilidade ao qual estavam expostos.
Além disso, os trabalhadores relataram que itens básicos como cestas de alimentos, equipamentos de proteção individual (como botas e luvas) e garrafas térmicas eram cobrados, o que aumentava a dívida imposta pela fazenda. As passagens utilizadas para chegar ao local também teriam sido transformadas em dívida, impedindo os trabalhadores de deixarem a propriedade antes do fim da colheita.
As condições de moradia também eram alarmantes. Os sete estavam alojados em uma casa de madeira com apenas dois quartos, sem banheiro, e em ambiente classificado pela polícia como “extremamente insalubre”.
Após o resgate, os trabalhadores foram levados para um imóvel em Itabela, onde receberam alimentação, assistência básica e apoio para retorno às suas cidades de origem.
O proprietário da fazenda ainda não foi localizado até o momento, mas já foi identificado pelas autoridades. A Polícia Civil segue com as investigações para apurar todos os fatos e responsabilizar os envolvidos.