Defesa de MC Poze do Rodo acusa prisão de ser ilegal e motivada por perseguição

Preso desde a última quinta-feira (29), o cantor de funk Marlon Brendon Coelho Couto Silva, conhecido como MC Poze do Rodo, entrou com um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Ele é acusado de apologia ao crime e associação a organização criminosa, supostamente ligada à facção Comando Vermelho (CV).

Segundo informações divulgadas pelo portal LeoDias, a defesa de MC Poze argumenta que a prisão é ilegal, arbitrária e resultado de perseguição à sua atuação artística. O pedido, assinado pelo advogado Alexandre Manoel Augusto Dias Júnior, afirma que a detenção se baseia apenas em vídeos de shows e letras de músicas onde o cantor cita nomes de criminosos e aparecem imagens de homens armados — o que, segundo a defesa, são interpretações subjetivas e provas frágeis.

A petição ainda denuncia que a prisão representa um ataque à liberdade de expressão e ao direito de manifestação artística, especialmente de artistas oriundos de comunidades periféricas. “Imputar ao artista a responsabilidade pelo tráfico de drogas nas regiões onde se apresenta abre um precedente perigoso”, diz o documento, que também aponta caráter seletivo na ação da Polícia Civil.

Críticas à espetacularização da prisão

Outro ponto destacado no habeas corpus é a “espetacularização” da prisão. A defesa critica a divulgação nas redes sociais oficiais da Polícia Civil de imagens do momento da captura com a legenda “RODOU”, afirmando que a exposição teve o objetivo de humilhar publicamente o cantor. A prática, segundo os advogados, fere princípios constitucionais como a presunção de inocência e a dignidade da pessoa humana.

O uso de algemas também foi questionado na petição. A defesa afirma que Poze não ofereceu resistência, e a utilização do equipamento teria violado a Súmula Vinculante nº 11 do Supremo Tribunal Federal (STF), que restringe o uso de algemas a casos de resistência ou risco à integridade dos envolvidos.

Pedido de liberdade

A defesa pede a revogação imediata da prisão temporária e a expedição de alvará de soltura, alegando que MC Poze tem residência fixa, profissão definida e não representa risco à ordem pública. O advogado sugere, caso necessário, a aplicação de medidas cautelares alternativas, conforme previsto no Código de Processo Penal.

O pedido foi protocolado no dia 30 de maio de 2025, em caráter de urgência, e aguarda decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Prisão e investigação

MC Poze foi preso em casa, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro, durante uma operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Segundo a Polícia Civil, ele é investigado por apologia ao crime e suposto envolvimento com o Comando Vermelho. A operação é parte de um inquérito que mira a atuação de artistas com possível ligação com o tráfico por meio de suas obras e aparições públicas.

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