Próximo ao PT, Gil do Vigor critica pacote de impostos do governo Lula
O economista e ex-BBB Gilberto Nogueira, conhecido como Gil do Vigor, usou suas redes sociais para criticar publicamente o novo pacote econômico apresentado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), especificamente a proposta do Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, que prevê o fim da isenção do Imposto de Renda para investimentos como LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio).
Apesar de ser conhecido por seu apoio ao governo e ter participado de eventos ao lado de Lula e da primeira-dama Janja, Gil demonstrou insatisfação com a forma como as medidas vêm sendo conduzidas. “O problema não é o imposto em si, é a forma como ele é colocado. Às vezes, parece que está sendo feito no improviso: tira imposto hoje, coloca amanhã, muda aqui, muda ali, só para ver como o mercado reage”, afirmou o economista em vídeo publicado nas redes sociais neste sábado (14).
A manifestação ocorreu após a repercussão de um vídeo anterior, em que Gil demonstrava indignação com a proposta. Na ocasião, ele disse que a população sentiria os impactos da medida na prática: “Agora é imposto em cima de imposto, e tem mais um. Vai te afetar, sim. Quando tu for lá comprar a tua feira, tua cesta básica, teu bolsinho vai sentir”.
A crítica ganhou ainda mais atenção por partir de uma figura pública próxima ao governo. Com mais de 14 milhões de seguidores no Instagram, Gil do Vigor influenciou o debate e despertou reações tanto da oposição quanto de apoiadores do PT. Após receber críticas de seguidores de esquerda, o economista apagou a primeira publicação e fez um novo vídeo, recuando parcialmente das críticas, mas mantendo o alerta quanto à proposta de tributar investimentos que hoje são isentos.
Ele defendeu que o Estado precisa arrecadar para implementar políticas públicas, mas ponderou que isso deve ser feito com justiça fiscal. “Sou a favor da arrecadação, sim, mas temos que discutir o fundo eleitoral, as isenções fiscais e a taxação das grandes fortunas”, disse. Gil ainda explicou que a taxação das LCIs e LCAs pode encarecer o crédito, prejudicando consumidores e setores estratégicos da economia.
A proposta faz parte de um esforço do governo federal para elevar a arrecadação e reduzir a necessidade de cortes no orçamento. Caso a medida provisória não avance no Congresso, o Executivo poderá ser obrigado a realizar um corte adicional de até R$ 20 bilhões em 2025, somando-se aos R$ 30 bilhões já congelados neste ano.
Enquanto o governo tenta manter o equilíbrio fiscal, a reação de Gil do Vigor revela o desgaste que o tema provoca até mesmo entre apoiadores da gestão petista.
