Bebê de 2 meses tem pés amputados após complicações; MP investiga possível erro médico
Família acusa negligência no atendimento e demora na regulação; criança foi transferida para Salvador após decisão judicial

Um caso chocante envolvendo um bebê de dois meses está sendo investigado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) após a criança ter os pés amputados devido a complicações médicas no Hospital Materno-Infantil Doutor Joaquim Sampaio, em Ilhéus, no sul da Bahia. A amputação ocorreu na última terça-feira (2), no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, onde o bebê segue internado.
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Segundo relato da mãe, Sara Ribeiro, o pequeno Heitor Gustavo deu entrada na unidade com um quadro de bronquiolite, mas durante o tratamento, um erro no manuseio de medicação intravenosa teria causado uma infecção no calcanhar da criança. A substância vazou e causou a necrose do pé, que evoluiu para a necessidade de amputação de ambos os membros inferiores.
Sara afirma que foi ela quem percebeu o vazamento da medicação, no dia 17 de maio. Inicialmente, o profissional responsável acreditou que fosse urina, mas depois confirmou que era o medicamento. A família denuncia que houve demora no tratamento da ferida e na regulação para transferência, o que agravou o estado clínico de Heitor.
“Foi uma gestação tranquila, meu filho nasceu perfeito. A bronquiolite foi o motivo da internação, mas a demora e o erro no tratamento causaram a necrose. Chegou um ponto em que eu via o osso do pé dele. Eu tive que assinar a autorização para amputar”, disse a mãe, emocionada.
A transferência para Salvador só ocorreu 22 dias depois da denúncia da família ao MP-BA e por meio de decisão judicial. Segundo a família, mesmo após a chegada ao HGE, os danos já eram irreversíveis.
O promotor de Justiça Pedro Nogueira Coelho informou que os prontuários médicos já foram solicitados e serão analisados para apurar se houve falha de protocolo ou responsabilidade penal. Uma perícia indireta será feita com base na documentação dos hospitais de Ilhéus e Salvador.
A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) também acompanha o caso e avalia a conduta do profissional envolvido. Até o momento, o hospital não se pronunciou oficialmente sobre a denúncia.
