Pitbull ataca cadela durante passeio e levanta debate sobre segurança e legislação
Shar-pei foi ferida no bairro de Perdizes; animal estava sem focinheira, o que contraria lei estadual sobre cães de raças consideradas agressivas
Um ataque violento entre cães no bairro de Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo, chocou moradores e reacendeu discussões sobre a circulação de raças consideradas perigosas em locais públicos. O caso ocorreu na manhã deste sábado (5), quando a cadela Aysha, da raça shar-pei, foi atacada por um pitbull durante um passeio com sua tutora.
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que Aysha descansa na calçada, enquanto o pitbull, que estava sem focinheira, se aproxima e a cheira antes de iniciar o ataque repentino. O tutor do pitbull tenta separá-los, mas é derrubado pela força do animal. Após cerca de um minuto de tentativa, o pitbull só solta a shar-pei quando um terceiro homem aparece e joga água com um regador sobre o cão.
A tutora de Aysha informou nas redes sociais que a cadela está viva, mas bastante machucada. “Estamos assustados ainda. Aysha já está medicada, e o tutor do pitbull tem prestado todo o suporte necessário”, escreveu. Ela também agradeceu o apoio da população e destacou a importância da repercussão do caso para conscientizar os tutores de cães. “Temos mais que agradecer por não ter acontecido o pior com nossa Aysha.”
Legislação prevê uso obrigatório de focinheira
De acordo com a Lei Estadual nº 11.531/2003, cães das raças pitbull, rottweiler, mastim napolitano e outras consideradas de guarda ou combate só podem circular em locais públicos utilizando guia curta, enforcador e focinheira. A legislação visa reduzir o risco de ataques e responsabilizar os tutores por negligência.
Em outros estados, como o Rio de Janeiro, leis semelhantes exigem que apenas adultos com plena capacidade física e psicológica conduzam cães dessas raças. Em países como Reino Unido, Canadá, Austrália e Espanha, há restrições ainda mais rigorosas — e, em alguns casos, até a proibição da criação ou circulação do animal.
Apesar de ser um caso isolado, o ataque reacende o alerta para o cumprimento da legislação e a necessidade de conscientização por parte dos donos de animais. A tutora de Aysha espera que o episódio sirva como exemplo: “A culpa não é da raça, é da irresponsabilidade humana.”
