Homens são assassinados a tiros em área de conflito indígena na Bahia

Dois homens foram assassinados a tiros, nesta quarta-feira (9/7), em Barra Velha, zona de tensão agrária da cidade de Porto Seguro, extremo sul da Bahia.
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Segundo apurou a polícia, uma das vítima foi identificada como Itarauí Santana de Souza, indígena que morava na região. A outra ainda não foi reconhecida
Os corpos dos dois homens foram encontrados abandonados, no final da tarde, em uma estrada que dá acesso à comunidade. Inicialmente, policiais militares estiveram no local e acionaram o Departamento de Polícia Técnica (DPT).
Após perícia, os corpos foram levados para o órgão, para necropsia. Não há informações sobre sepultamentos. A autoria e a motivação do crime serão investigadas.
Zona de tensão agrária
Palco de conflitos entre indígenas e fazendeiros nos últimos meses, a região teve o policiamento reforçado em abril pela Força Nacional de Segurança Pública (FNSP). Segundo o Ministério da Justiça, o grupo permanecerá no município até o final de julho.
A corporação é um programa de cooperação de Segurança Pública brasileiro, coordenado pelo Ministério de Justiça e Segurança Pública. Ela é composta por policiais militares, bombeiros, policiais civis e peritos, e é acionada em situações de emergência.
Na última sexta-feira (4), os agentes foram interceptados por um grupo de pessoas, após prenderem cinco homens flagrados com armas. Na ocasião, segundo a Força Nacional de Segurança Pública, os policiais foram obrigados a liberar o grupo, ficando com o material que tinha sido apreendido.
Dois dias antes, dois homens e dois adolescentes tinham sido presos pelo mesmo motivo. Um deles é Welington Ribeiro de Oliveira, o cacique Suruí Pataxó.
Em protesto pela ação, no mesmo dia, indígenas fecharam dois sentidos de um trecho da BR-101, na entrada do Parque Nacional Monte Pascoal, durante 6h. Depois, uma nova manifestação durou 36h, no mesmo ponto.
A Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), que representa o grupo, repudia as prisões. A entidade afirma que o cacique sofre ameaças de morte há anos, é defensor de direitos humanos e foi preso injustamente.