Bia Miranda, Buarque e outros influencers são alvo de operação contra o ‘Jogo do Tigrinho’

A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou na manhã desta quinta-feira (7/8) a Operação Desfortuna, que investiga um esquema de promoção ilegal de jogos de azar na internet, com foco no popular “Jogo do Tigrinho”. A ação tem como alvos diversos influenciadores digitais, entre eles Bia Miranda, Buarque e Maurício Martins Júnior, conhecido como Maumau, que foi preso em flagrante após a polícia encontrar uma arma em sua residência, em São Paulo.
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A operação é conduzida pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), em conjunto com o Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA) e o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD). Os agentes cumprem 31 mandados de busca e apreensão em Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais contra 15 investigados, a maioria influenciadores que somam quase 35 milhões de seguidores nas redes sociais.
Além dos nomes já citados, também estão na lista de alvos as gêmeas Paulina e Paola de Ataíde. Os investigados são suspeitos de integrar uma organização criminosa estruturada, com divisão de tarefas entre divulgadores, operadores financeiros e empresas de fachada. A polícia estima que todo o esquema tenha girado R$ 4,5 bilhões.
Promessa de lucro fácil
De acordo com o delegado Renan Mello, os influenciadores utilizavam suas redes sociais para atrair seguidores aos jogos, fazendo promessas de lucros fáceis e mudanças de vida.
“Eles divulgavam promessas de ganhos muito elevados, chances de mudança de vida, a partir da realização desses jogos online. E mostravam também um padrão de vida extremamente elevado, como uma forma de estimular os seus seguidores a fazer essas apostas”, disse o delegado.
Relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontam que os envolvidos movimentaram aproximadamente R$ 40 milhões em contas pessoais entre 2022 e 2024.
Organização criminosa e lavagem de dinheiro
As investigações indicam que os influenciadores faziam parte de uma estrutura organizada, com divisão de tarefas entre divulgadores, operadores financeiros e empresas de fachada. A Polícia também apura se os investigados recebiam uma porcentagem sobre as perdas dos apostadores que acessavam os sites por meio de seus links.
Além disso, fintechs ligadas aos investigados também são alvo da operação. A Justiça autorizou a quebra do sigilo fiscal dessas empresas.
O que é o “Jogo do Tigrinho”?
Por depender exclusivamente da sorte, o jogo é classificado como jogo de azar, o que o torna ilegal no Brasil de acordo com a Lei de Contravenções Penais.
É diferente dos sites de apostas regulamentados no país, as bets, em que os jogadores arriscam um palpite sobre um jogo de futebol, por exemplo, e o resultado será acompanhado por todos.
Outros jogos denunciados por usuários
O “jogo do tigrinho” não é o único que recebe reclamações de pessoas que ficaram no prejuízo. Na internet, é possível encontrar outros games que sugerem trazer grande retorno, mas, depois, frustram usuários.
- Spaceman/Aviator/JetX (jogos crash): os jogos mostram uma espécie de gráfico com a alta do item do jogo (astronauta ou avião, por exemplo), o que representa o multiplicador da aposta. A ideia é retirar o dinheiro antes do “crash”, ou seja, o momento em que o jogo acaba e o usuário perde tudo;
- Mines: em um tabuleiro com 25 casas, o objetivo é descobrir onde estão as estrelas e fugir das bombas (ou minas). O jogador escolhe quanto vai apostar e qual será o nível de dificuldade em cada rodada.