Falta de informação impede famílias de resgatar seguros, FGTS e PIS/Pasep após morte de parente
Sem saber onde estão guardados contratos, apólices ou comprovantes, muitas famílias deixam de buscar recursos importantes

Um levantamento da plataforma Planeje Bem, especializada em planejamento sucessório, revelou que herdeiros no Brasil deixaram de resgatar, em média, até R$ 50 mil em benefícios deixados por familiares no primeiro semestre de 2025. Esses recursos incluem seguros de vida, saldos do FGTS, cotas do PIS/Pasep e auxílios-funeral — chamados de “ativos invisíveis” por estarem disponíveis, mas não serem reclamados por falta de informação.
Segundo o estudo, 70% dos casos envolvem homens, geralmente filhos, netos ou sobrinhos que não participavam da rotina financeira do falecido. “No momento da perda, eles se concentram nas providências imediatas e acabam não indo atrás dos valores a que têm direito”, explica Carolina Aparicio, diretora-executiva da Planeje Bem.
A advogada Laura Brito orienta que, para evitar essas perdas, é essencial organizar ainda em vida uma pasta com documentos como identidade, CPF, apólices, contratos e informações sobre investimentos e contas bancárias.

O levantamento também chama atenção para a herança digital, que envolve milhas, arquivos em nuvem, redes sociais e criptoativos. O tema está em discussão no Projeto de Lei 4/2025, que busca definir regras sobre acesso e transmissão desses bens após a morte.
Especialistas reforçam que, além de se informar sobre os direitos, é importante saber onde buscar os valores: sites do Banco Central e CNseg, setor de RH de antigas empresas, sindicatos, bancos e o INSS são alguns dos canais indicados.