Bahia lidera ranking nacional de facções criminosas, aponta levantamento
Estado concentra 17 organizações, superando até São Paulo e Rio de Janeiro, berços do PCC e CV
A Bahia é o estado com maior número de facções criminosas em atuação no Brasil, segundo levantamento divulgado neste domingo (10) pelo O Globo, com base em dados das secretarias de Segurança Pública, Administração Penitenciária e Ministérios Públicos estaduais.
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Ao todo, 17 facções operam no território baiano — cinco a mais que Pernambuco, segundo colocado com 12, e sete a mais que São Paulo, onde surgiu o Primeiro Comando da Capital (PCC). Em comparação ao Rio de Janeiro, berço do Comando Vermelho (CV), a diferença é ainda maior: 13 grupos a mais.
O cenário baiano é marcado pela fragmentação. Além do PCC e CV, atuam no estado facções de origem local, como o Bonde do Maluco (BDM) — que já alcançou atuação interestadual — e outros 14 grupos: Raio B, Raio A, Tropa do KLV, Bonde do Neguinho (BDN), Bonde do SAJ, Honda, Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), A Tropa, Campinho (CP), Katiara, Mercado do Povo Atitude (MPA), Anjos da Morte (ADM), Daniel Gomes/Pedro Gerônimo/Maria Pinheiro (DPM) e Keikinho e Kila (MK).
Especialistas apontam que a escalada da violência na Bahia é impulsionada pela disputa por territórios entre facções. Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirma que a expansão de portos e rodovias e o histórico de facções de base prisional intensificaram o cenário.
Para o cofundador da Iniciativa Negra e especialista em segurança pública, Dudu Ribeiro, políticas públicas ineficientes e a ausência de controle de armas alimentam o conflito. “A região Nordeste se tornou rota estratégica para o mercado internacional de drogas, e as ações estatais, em vez de desmontar as organizações, acabam favorecendo a letalidade e o fortalecimento dessas facções”, alertou.
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