Fé, tradição e cultura popular marcam o ponto alto da Festa do Milagre de São Roque em Amélia Rodrigues

O município de Amélia Rodrigues viveu neste fim de semana um dos momentos mais marcantes de seu calendário religioso e cultural: o ponto alto da Festa do Milagre de São Roque. Mais do que uma celebração de fé, o evento, que acontece anualmente, é a expressão viva de uma tradição centenária que une religiosidade, identidade cultural e resistência popular.
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Realizada na histórica localidade do Engenho Novo, onde funcionava a antiga Usina Itapetingui, a festa atrai milhares de fiéis e visitantes de diversas regiões que chegam em busca da água tida como milagrosa, da devoção ao santo protetor e da vivência de um encontro que transcende o tempo, misturando o sagrado e o profano em um mesmo território de fé e celebração popular.

O ponto alto da festividade, que ocorre ao longo do mês de agosto, atraiu milhares de devotos em busca das águas milagrosas de São Roque, santo conhecido historicamente por sua proteção contra epidemias e doenças de pele. Segundo a tradição oral, a devoção começou após o relato da cura milagrosa de uma criança, episódio que marcou a consagração do local como um espaço sagrado e de intensa espiritualidade.
Um traço marcante na devoção ao Milagre de São Roque é o sincretismo sutil, mas profundamente simbólico, entre o santo católico e o orixá da cura, Omolu/Obaluaê, dentro da religiosidade popular baiana.
Este ano, a organização do evento ficou novamente sob a responsabilidade da Associação Religiosa, Cultural e Beneficente Ilê Asé Onirê Adê Fadaká, presidida pelo Babalorixá Udevaldo Brandão. Com o apoio da Prefeitura Municipal de Amélia Rodrigues, a festa contou com uma rica programação que mesclou ritos católicos, manifestações da religiosidade afro-brasileira e expressões culturais diversas.

“A Festa de São Roque é um espaço onde a gente valoriza nossas raízes, nossas histórias e a cultura do nosso povo. Aqui, a fé caminha junto com a luta e com a tradição de quem veio antes da gente”, disse o Babalorixá Udevaldo Brandão.

Um dos momentos mais simbólicos da festa é a procissão do Senhor São Roque, que percorre o local até a capela. Durante todo o mês, milhares de fiéis descem as escadarias ao lado da capela, fazem orações, pedidos e agradecimentos, levando consigo um pouco da água sagrada, símbolo da esperança e da conexão com o divino.

O evento se destaca também por permitindo que diferentes expressões religiosas e culturais coexistam de forma harmônica. O sincretismo entre o catolicismo popular e a religiosidade afro-brasileira se faz presente não apenas nos ritos, mas também no sentimento coletivo de pertencimento, ancestralidade e resistência cultural.
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