Delegado da Polícia Civil é investigado por corrupção e movimentações suspeitas de R$ 12 milhões

O delegado da Polícia Civil da Bahia, José Marcelo Bezerra de Santana, é investigado por solicitar vantagens indevidas de forma velada a garimpeiros das regiões de Cansanção e Nordestina, no norte do estado. Ele foi alvo de mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (20/8), durante a operação “Ouro de Tolo”.

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De acordo com a polícia, o delegado foi formalmente comunicado de que está afastado de suas funções por 90 dias, além de ter o porte e a posse de arma de fogo suspensos.

Movimentações financeiras suspeitas

O Relatório de Inteligência Financeira anexado ao inquérito revelou movimentações superiores a R$ 12 milhões em contas pessoais de José Marcelo nos últimos três anos, valores considerados incompatíveis com sua renda. Os documentos também apontam indícios de recebimento de recursos provenientes de mineradoras, comerciantes e postos de combustíveis da região.

Denúncias e áudios comprometedores

As investigações começaram após o envio de áudios à Corregedoria da Polícia Civil, nos quais o delegado supostamente solicitava vantagens ilícitas. O inquérito também reúne denúncias sobre a relação da delegacia sob seu comando com criminosos locais, incluindo traficantes.

Em conversas extraídas de aplicativos de mensagens, José Marcelo teria ainda orientado um advogado a falsificar documentos para liberar valores apreendidos pela polícia.

Apreensão de armas e dinheiro

As buscas foram realizadas por volta das 5h40, na residência do delegado. Durante a operação, foram apreendidos:

• R$ 90 mil em espécie

• Um celular

• Uma pistola

• Uma espingarda calibre 12, cujo registro estava vencido

A operação “Ouro de Tolo” segue em andamento, e a Polícia Civil da Bahia afirma que as investigações continuarão para aprofundar a apuração dos indícios de corrupção, lavagem de dinheiro e associação com criminosos.