Filho assassinado pelo pai dizia que iria matar a família e beber o sangue, conta irmão

Foi apresentado e ouvido na Delegacia de Homicídios de Feira de Santana na manhã deste sábado (27), José Rios dos Santos, 58 anos. Ele é acusado de ter matado o próprio filho com quatro facadas por volta das 17h de sexta-feira (26), durante uma briga dentro de casa, no distrito Governador João Durval (Ipuaçu), na  zona rural de Feira de Santana.

Gabriel Freitas dos Santos, 20 anos, irmão de Josemi, disse que há várias queixas na delegacia prestadas contra a vítima, inclusive de roubo.  Ele confirmou a versão do pai na delegacia e disse que o irmão era muito agressivo.

“Ele falava que iria matar todo mundo e que depois iria beber o sangue. Dizia que era do mal, quando ficava drogado,  e saía agredido se não dessem dinheiro”, contou Gabriel informando também que Josemi já feriu a mãe duas vezes com uma faca e tentou matar o pai a cacetadas.
 
Após o crime José saiu da residência, onde vivem  11 pessoas da família, e foi encontrado na casa por policiais militares na manhã de hoje. Ele se apresentou a delegada e depois de ouvido foi liberado, pois não foi autuado em flagrante.
A delegada Edileuza Suely Ramos explicou que não coube o flagrante, uma vez que ele não foi perseguido de maneira contínua pela polícia ou por populares após o assassinato. 
 
“Ele se apresentou espontaneamente hoje e não pode ser preso em flagrante porque a situação não se encaixa nas previsões legais, descritas para o flagrante. Ainda estamos ouvindo os familiares. O autor acaba sendo vítima também porque é o pai que matou o próprio filho e já se sente sentenciado. Será instaurado um processo, ele responderá em liberdade”, disse.
 
O jovem era dependente químico há mais de 10 anos, e de acordo com a delegada Milena Calmon, que efetuou o levantamento cadavérico, ele não tinha documento de identidade, apenas uma certidão de nascimento que ele queimou. Para liberar o corpo será necessária a segunda via da certidão. 
 

 

“Tudo indica que não restou outra alternativa ao pai, a não ser se defender matando o filho. A mãe e os irmãos estavam desolados. Sentido muito a destruição que a droga fez naquele lar”, ressaltou Milena Calmon. O corpo foi encaminhado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT).

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