Dois adolescentes são apreendidos e confessam matar jovem em escola
Facas usadas no crime
Um adolescente de 16 anos e outro de 15 foram apreendidos suspeitos de matar o rapaz de 18 anos com 24 facadas, na quadra de uma escola, na noite de quarta-feira (31), no bairro do Lobato, subúrbio ferroviário da capital baiana.
A abordagem foi realizada por equipes da 14ª Companhia Independente da Polícia Militar e do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), nesta quinta-feira (1º).
De acordo com o Major Edson, os dois confessaram o crime e estudam na mesma escola da vítima. "Os três são da mesma escola, a gente pegou o endereço deles e fizemos diligências junto à equipe do DHPP. O comandante pegou, primeiro, o de 15 anos, por volta das 11h. E o outro, por volta das 13h", explica.
Os dois suspeitos estavam em casas distintas localizadas na Prainha do Lobato. Com eles, foi apreendida uma faca de cerca de 5 cm em forma de punhal. "Eles são traficantes e são do mesmo grupo [os suspeitos]. Houve uma junção do pessoal do 'Fundão' com o pessoal da 'Linha do Trem', que dá umas 50 pessoas. Só que, o que morreu, pertencia ao grupo rival dos suspeitos", aponta o policial.
A delegada Claudenice Mayo, titular da Delegacia do Adolescente Infrator (DAI), faz a coleta de depoimentos de policiais e dos adolescentes na tarde desta quinta-feira.
De acordo com a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC), o crime ocorreu na quadra do Colégio Estadual Doutor Ailton Pinto de Andrade, no Subúrbio Ferroviário. A escola suspendeu as aulas devido à ocorrência. Segundo a polícia, o rapaz começou a ser perseguido na rua, pulou o muro da escola e foi morto na quadra.
O levantamento feito pela polícia até esta quinta-feira (1º) indica que o rapaz vendia drogas na porta da instituição de ensino.
Em nota, a SEC divulgou uma declaração da diretoria da escola, que afirma que até 2012 o jovem apresentava bom desempenho. "Até 2012, o estudante apresentava bom desempenho, bom comportamento e era assíduo. Estamos consternados. A família tem nossa solidariedade. Ressaltando que este caso é pontual e que a escola nunca registrou um caso de violência". A polícia informou ainda que, em 2013, o rapaz não frequentou as aulas.
Ele morava em uma casa do bairro com dois irmãos e os pais. Segundo informações da família do rapaz, recentemente ele havia passado um tempo no interior porque estava sendo jurado de morte. "Isso [ameaça] tem mais de quatro meses. Foi para o interior, ficou uns meses e pouco lá, a gente fazendo de tudo para ele ficar, ele não quis, voltou, dizendo que os 'caras' não iam fazer mais nada não", disse Antônia Márcia Souza, mãe da vítima. "Antes fosse eu do que ele", lamenta a avó, Maurícia Souza.