Caso New Hit completa um ano sem desfecho; adolescente deixa abrigo
Há um ano integrantes da banda de pagode New Hit foram presos em Ruy Barbosa, a 300 Km de Salvador, sob a suspeita de estupro contra duas adolescentes de 16 anos. Mesmo sem desfecho, acusação e defesa acreditam que o processo está perto de chegar ao fim.
Nos dias 3, 4 e 5 de setembro terá continuidade a audiência de instrução, processo no qual réus, supostas vítimas e testemunhas são ouvidas pela juíza que preside a ação penal juntamente com o promotor e os advogados.
Enquanto não há uma definição sobre o processo, as duas adolescentes foram encaminhadas ao Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM) em setembro de 2012. No entanto, Ailton Santos Ferreira, Superintendente da Secretaria da Justiça Cidadania e Direitos Humanos, que gere o PPCAAM, contou ao G1 que uma das jovens deixou o programa em abril de 2013 após solicitação da mãe.
Já os músicos retomaram a carreira de shows. No dia 30 de dezembro de 2012 eles realizaram, em Feira de Santana, a 107 Km de Salvador, a primeira apresentação após serem presos. No dia 5 de outubro, a participação da banda New Hit no Festival de Pagode, na capital baiana, foi cancelada. Na ocasião, a assessoria da banda alegou que os integrantes da New Hit não tinham condições psicológicas para realizar a apresentação.
O caso
O suposto estupro teria ocorrido após os músicos receberem as jovens no ônibus da banda. Nove integrantes da New Hit ficaram presos 38 dias sob a suspeita de envolvimento no abuso. Eles foram soltos no dia 3 de outubro de 2012 mediante um pedido de habeas corpus. Um policial militar que fazia a segurança do grupo também é suspeito de ter sido conivente com o crime. Todos eles, inclusive o PM, foram indiciados por estupro e formação de quadrilha no dia 25 de setembro.
A promotora Marisa Jansen, que acompanha o processo, acredita que há provas reais que comprovam que as adolescentes sofreram abuso. "O conjunto probatório colhido e encartado aos autos é robusto, contundente, confirmando que as adolescentes foram vítimas de estupro coletivo, no interior do ônibus da banda New Hit.
Uma das vítimas era virgem. Seus depoimentos são coerentes e estão em perfeita harmonia com as demais provas, não se podendo olvidar que em crimes contra a liberdade sexual a palavra da vítima tem grande validade como prova e, via de regra, é elemento de convicção de alta importância. O Ministério Público acredita que os réus serão, sim, condenados", enfatiza.
Uma das vítimas era virgem. Seus depoimentos são coerentes e estão em perfeita harmonia com as demais provas, não se podendo olvidar que em crimes contra a liberdade sexual a palavra da vítima tem grande validade como prova e, via de regra, é elemento de convicção de alta importância. O Ministério Público acredita que os réus serão, sim, condenados", enfatiza.
No entanto, Antônio Leite Matos, advogado de um dos acusados, afirma que o laudo médico garante que não houve estupro. Segundo ele, a defesa está confiante na inocência dos réus.
"A defesa se pauta nas testemunhas presenciais, pessoas que estavam trabalhando, pessoas que vinham de carona no ônibus e foram unânimes em dizer que o período que as moças ficaram no local foi de dez minutos.
As pessoas que estavam na fila para entrar disseram a mesma coisa. É inteiramente impossível dez pessoas terem relações com uma mulher e dez pessoas terem com outra em dez minutos. Nós também pegamos dois laudos. O laudo oficial e o laudo de uma médica. Esse oficial diz que não houve estupro e o da médica diz que houve. Essa última foi arrolada pelo Ministério Público. Então esse tipo de prova é fundamental. A defesa está bastante tranquila, meu cliente está. Aliás, também estamos tranquilos com relação aos outros réus", garante o advogado.
As pessoas que estavam na fila para entrar disseram a mesma coisa. É inteiramente impossível dez pessoas terem relações com uma mulher e dez pessoas terem com outra em dez minutos. Nós também pegamos dois laudos. O laudo oficial e o laudo de uma médica. Esse oficial diz que não houve estupro e o da médica diz que houve. Essa última foi arrolada pelo Ministério Público. Então esse tipo de prova é fundamental. A defesa está bastante tranquila, meu cliente está. Aliás, também estamos tranquilos com relação aos outros réus", garante o advogado.