Concurseiros bem-sucedidos dão dicas para se dar bem em prova
Em sentido horário: Rafael Garrido, auditor fiscal, salário de R$ 14 mil; Roberta Sales, procuradora federal, R$ 15 mil; o casal Davi Nunes e Marília Dourado: ele analista de informática (R$ 10 mil) e ela analista judiciária (R$ 8,5 mil); Victor Queiroz, oficial de Justiça, R$ 13 mil; e Érico Viana, analista judiciário, R$ 6 mil
Não é lenda. Tem gente que consegue passar em concursos públicos. Se você está começando a estudar agora, olhe para as fotos e inspire-se. Como você, todos eles já ficaram de saco cheio e pensaram em jogar tudo para o alto. Mas respiraram fundo, foram em frente e hoje conquistaram a tão sonhada estabilidade, além de bons salários e plano de carreira.
Se você olhar bem para as fotos, também perceberá que ninguém ficou velho antes de passar. Mas isso não significa que a tarefa é fácil. Rafael Garrido, por exemplo, tem apenas 28 anos e um salário de mais de R$ 14 mil, como auditor fiscal da Receita Federal. Ele conta que foram necessários cerca de dois anos para conquistar o tão sonhado cargo.
“De manhã, ia para o cursinho e à tarde/noite, estudava por quatro horas líquidas, cronometradas. Se saísse para comer, telefone ou banheiro, parava o cronômetro”. Nos finais de semana, Garrido ia para a aula aos sábados pela manhã e à tarde fazia um grupo de estudos. “No domingo, estudava umas duas horas também”, completa.
“Tem horas que dá um desânimo mesmo. Porque enquanto está todo mundo vivendo, sua vida está parada. Deixei de ir em várias festas, não tinha tempo para namorar. Mas tudo isso foi recompensado”, completa Roberta Sales.
Muito bem recompensado, aliás. Aos 31 anos, Roberta é procuradora federal e ganha por volta de R$ 15 mil. Agora ela vai tirar o atraso, você pensou. Será?
“Por enquanto estou satisfeita com a minha carreira, mas a pessoa que é concurseira acaba sentindo falta de estudar. Fica olhando a grama do vizinho, que é sempre mais verde…”, confessa, ainda sem definição sobre o próximo concurso. Antes de passar para procuradora, Roberta já tinha passado para analista do INSS e procuradora de Pernambuco.
“É difícil passar no primeiro, mas depois que você começa a passar, vem um atrás do outro”, atesta Marília Dourado, 32, e analista judiciária do TRT (R$ 8,5 mil líquidos). Ela estudou por volta de um ano e meio antes de ser aprovada no primeiro certame: advogada da CBPN. Depois veio o de subescrivã do TJ-BA e depois o atual. Ela teve a sorte de também ter um namorado (agora marido) concurseiro.
“O namoro da gente era estudar juntos”, conta Davi Nunes da Silva, 36 anos. Ele já era técnico de informática no Ministério Público, desde 2004, mas o salário de R$ 4 mil já não satisfazia mais.
Quando surgiu o concurso para uma vaga (isso mesmo, apenas uma) para analista de informática, ele decidiu se empenhar. “Eu chegava em casa às 19h do trabalho e estudava até 3h da manhã. Final de semana, era sábado e domingo o dia inteiro”. Em 2007, conquistou a vaga, e hoje tem salário de R$ 10 mil.
Salário que cresce conforme o tempo de serviço. O do oficial de Justiça Victor Queiroz, 31 anos, por exemplo, já está em R$ 13 mil (bruto, quando desconta os impostos sobram R$ 9,9 mil). Ele ocupa o cargo desde 2010 e, como Davi, também veio de um cargo de nível médio: técnico judiciário. “Tem que ter disciplina. Eu estudava umas 10 horas por dia”, conta.
“No final de semana, eu evitava sair. Preferia ficar em casa, vendo um filme e comendo pizza. Sou fraco para bebida, se eu bebesse eram dois dias perdidos”, completa Érico Viana, 27 anos, e analista judiciário do TRF.