Cantor de banda de pagode é preso após espancar namorada
Antônio Vivaldo Brian de Freitas Ferreira, 30 anos. Essa é a verdadeira identidade de “Brian", cantor da banda de pagode soteropolitana Dá um Black, que de acordo com informações da namorada dele, ela teria sido espancada na noite do último sábado (12), em Salvador, e levada desacordada para o Centro Industrial de Aratu (CIA), em Simões Filho, cidade da Região Metropolitana de Salvador (RMS), onde foi estuprada.
Os momentos de terror sofridos pela jovem de 22 anos terminaram com a chegada de policiais militares às 23h47, mas teve início horas antes, por volta das 19h50, na Avenida Afrânio Peixoto (Suburbana), local onde a vítima reside. “Ele me ligou dizendo que iria passar em minha casa para sairmos. Quando ele chegou, entrei no carro e aí a minha vida se transformou”.
De acordo com a mulher, “Brian” ficou irritado ao ver ela vestida com uma roupa que não teria o agradado. “Saímos de casa e ele questionou o tamanho do meu short. Discutimos por uns cinco minutos e quando chegamos no Lobato ele me deu um soco no rosto”. A agressão veio seguida de puxões de cabelo e tapas. “Ele parou o carro e começou a me esmurrar. Tentei escapar abrindo a porta, mas ele mordeu a minha perna e agarrou o meu cabelo”, conta a vítima que não conseguiu sair do veículo.
Eles percorreram toda a Av. Suburbana, Centro da cidade, até chegar à Av. Vasco da Gama. “Ele mora no Engenho Velho de Brotas e conhece um pessoal em uma localidade conhecida como “Forno”. Me obrigou a descer do carro e a entrar nesse lugar, mas eu me neguei e aí apanhei no meio da rua”.
De acordo com a jovem, amigos de “Brian” passavam e presenciavam a sessão de espancamento, mas preferiam não interferir. “Eles (amigos) até que pediam para parar. As pessoas olhavam e nada faziam. Lembro que levei um soco, depois um tapa mais forte, fui arrastada pelos cabelos até dentro do carro, onde recebi o último golpe e não lembro mais de nada”.
Ainda segundo os relatos, ela só consegue recordar que foi acordada por “Brian” dando tapas no rosto e sob palavras de tortura. “Nesse momento nós já estávamos no CIA. Em área utilizada para desova. Ele gritava o meu nome e dava gargalhadas. Meu rosto estava desfigurado e ele mandava eu ligar para a minha mãe. Pediu para eu dizer que ela iria chorar a minha morte no outro dia. Ele ainda teve a coragem de me estuprar”, afirma.
“Agradeço a Deus porque policiais militares da Caatinga passavam pelo local e desconfiaram do carro. “Brian” ainda tentou fugir com o veículo, mas os policiais conseguiram parar”, conta ao lembrar que os militares ficaram revoltados ao ver o estado em que ela se encontrava.
“Brian” e a namorada forma levados para a 22ª Delegacia Territorial (DT/ Simões Filho). O cantor permanece preso na carceragem da unidade policial, mas segundo o delegado titular, Adailton Adan, ele foi enquadrado pela Lei Maria da Penha e os crimes foram considerados afiançáveis. “A família dele já tem um advogado e estão se movimentando para soltá-lo”.
A jovem passou por exames no Instituto Médico Legal (IML). Os laudos que deverão comprovar as agressões e estupro saem em 90 dias. “Estou com muito medo. Ele já provou que é uma pessoa violenta. Ele já me agrediu outras vezes e já o denunciei na delegacia da mulher, em Brotas. Temo por minha vida e dos meus parentes”.