Enfim, um acerto de “Amor à Vida”

Justiça seja feita, as novelas sempre deram espaço para a terceira idade, com tramas que valorizam a experiência dos mais velhos e a acolhida familiar. Em 2003, por exemplo, Manoel Carlos deu grande contribuição na discussão sobre o Estatudo do Idoso ao apresentar em Mulheres Apaixonadas a história de uma neta, a terrível Doris (Regiane Alves), que maltratava os avós, Flora (Carmem Silva) e Leopoldo (Oswaldo Louzada). E o próprio Walcyr Carrasco faz questão de martelar o assunto em suas tramas, das mais variadas formas. Mesmo assim, há algo novo no casal Lutero (Ary Fontoura) e Bernarda (Nathália Timberg) que, no capítulo de ontem de Amor à Vida (Globo, 21h15) tiveram uma noite de amor graças a muito amor outonal e aquelas “pilulazinhas”, como confessou ele.

É como se, depois de tantos maus tratos, enfermidades e medo da inatividade, os personagens idosos recebessem uma recompensa que, de fato, espelha a realidade – há todo tipo de pesquisa por aí indicando a redescoberta do sexo por essa parcela da população. “Eu transei, sim!”, disse logo Bernarda à família, para desespero de Pilar (Susana Vieira) e Félix (Mateus Solano) que, com boa dose de hipocrisia, mostraram-se ofendidos.

Delicada, a cena da “hora do vamos ver” foi também muito divertida. Na calada da noite, Bernarda saiu da mansão levando uma bolsinha com escova de dentes e camisola – tem coisa mais avó do que essa? Lutero revelou-se de vez um Don Juan quando ela, encabulada, disse ter esquecido como se faz. “Isso a gente não esquece nunca”, tranquilizou ele.

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