PMDB, PSDB e PSB são contra proposta de regulação da mídia
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e os líderes do PMDB e PSB na Câmara Federal, deputados Eduardo Cunha (RJ) e Júlio Delgado (MG) – ambos disputam a presidência Da Casa – afirmaram neste sábado (3) que serão contrários o projeto de debate sobre a regulação da mídia defendida pelo governo federal.
Em sua página no Facebook, Aloysio Nunes classificou a iniciativa como uma "tentativa criminosa" e como uma forma de "controle da imprensa" e ainda chamou o novo ministro de "aloprado" – o termo foi usado pela primeira vez pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2006, para criticar os envolvidos no episódio da compra de um dossiê contra o então candidato à Presidência José Serra (PSDB). O senador tucano ainda definiu os apoiadores da medida como "facções rivais do campo lulo-petista".
O debate sobre a regulação da mídia chegou a constar nas diretrizes do PT para o programa de governo da reeleição da presidente Dilma Rousseff mas foi retirado por pressão de aliados. O tema também foi discutido durante o governo Lula, mas não avançou.
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Integrantes do PMDB, principal partido da base aliada, já manifestaram o assunto deve ser tratado com cautela. Mais tarde, em seu perfil no Twitter, Eduardo Cunha, que disputa a presidência da Câmara afirmou que será "radicalmente contrário" a um eventual projeto de regulação da mídia. "Não confundam a pauta congressual da governabilidade que apoiaremos com a pauta ideológica do PT, que não apoiaremos de forma alguma", escreveu.
O deputado afirmou que o tema "incomoda muito o PMDB" e disse que o partido não aceita sequer discutir o assunto. O peemedebista, que no ano passado protagonizou embates contra o Planalto, também fez questão de defender uma posição de independência em relação ao governo federal, e insinuou que Chinaglia não teria condições de adotar a mesma postura.
"Que independência pode ter quem acabou de deixar a liderança do governo, nomeou o filho e era a favor dos conselhos populares?", indagou Cunha. "Não seremos submissos ao governo e não seremos de oposição", disse o deputado. Cunha acusa Chinaglia de indicar o filho para um cargo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Já Júlio Delgado disse “repelir veementemente” qualquer proposta de regulação da mídia. Segundo o parlamentar, “em um Estado Democrático de Direito, a imprensa deve ser livre”. “Não há o que debater no Congresso Nacional sobre regulamentação econômica da mídia como deseja o novo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini. A liberdade de imprensa foi uma das maiores conquistas da redemocratização brasileira”, afirmou Delgado, que tem apoio do PSDB, PPS e PV.
Publicada no dia 03 de janeiro, às 22h18