Deputado Federal Irmão Lázaro crê na conversão de Igor Kannário
Entender como um movimento musical oriundo da periferia de Salvador cresce e ganha força no Carnaval merece um estudo sociológico. Mais do que uma música, “Tudo Nosso Nada Deles”, de Igor Kannário, apresenta peculiaridades que só quem vive o ambiente da favela entende a profundidade. Passa pela forma de falar, de vestir e de enxergar a vida.
A empatia da periferia com Igor Kannário e a elevação do cantor ao status de ‘voz da comunidade’ começa por causa da identificação pela exclusão. À margem da sociedade, trabalhadores da favela, sem perspectiva de ascensão social, o povo se enxerga em Igor Kannário.
Mais do que cantar para a para o povo da favela, o “Príncipe do Gueto”, frequenta as vielas e escadarias dos bairros periféricos de Salvador. A vivência o expõe tanto às coisas boas e ao relacionamento estreito com as comunidades, quanto às mazelas, a pobreza e a criminalidade que existem em qualquer localidade pobre do país.
Igor fala para o povo pobre e a comunidade se sente abraçada pela sua música.
Por todo o histórico de exclusão e a iniciativa popular para a inclusão do pagodeiro na programação oficial do carnaval Kannário chegou mais forte à Avenida. A música de Kannário saiu da esfera da favela e ganhou os mais luxuosos camarotes dos circuitos oficiais. Mauricinhos e patricinhas rechearam as redes sociais de 'selfies' com a legenda “Tudo Nosso e Nada Deles”.
O Deputado Federal Irmão Lázaro conversou com a equipe do Berimbau Notícias referente à trajetória do cantor. “Quando vejo Igor Kannário, lembro o que DEUS fez na minha vida”.
O Deputado enfatizou que fazer as pessoas se alegrarem é um dom. “Tenho convicção de que algo profundo está em andamento. Eu creio. Que a vontade de Deus se cumpra na vida dele”. Afirmou.
Igor Kannário controlou a massa e o temor de ocorrências graves não se concretizou. O prefeito ACM Neto que contratou o cantor para o carnaval ficou bem na fita e quem estava no Campo Grande viu umas das maiores manifestações populares do Carnaval de Salvador nos últimos tempos. Todo mundo saiu ganhando. O povo negro e pobre seguindo o trio de Kannário e o povo branco balançando os camarotes, no mesmo ritmo, ao som de “É tudo Nosso, Nada Deles”.
Por Cloves Pedreira
Publicada no dia 18 de fevereiro, às 13h38