As redes sociais estão estragando seu relacionamento? Combata esse problema
Com alguns POUCOS CLIQUES dá para comprar presentes, fazer transações bancárias, planejar uma viagem, fazer uma surpresa. Com outros poucos cliques, compartilha-se fotos, opiniões sobre o que acontece no planeta, onde se está naquele EXATO MOMENTO e até aquela selfie incrível que acabou de ser tirada.
O mundo, hoje, está conectado por meio das REDES SOCIAIS E PELOS APLICATIVOS DE MENSAGEM INSTANTÂNEA, principalmente. Toda esta interação virtual trouxe mudanças para a vida real, para a forma com que as pessoas interagem umas com as outras. As RELAÇÕES VIRTUAIS INFLUENCIAM AS REAIS DE FORMA SILENCIOSA.
Ficar sempre de olho e controlando o que o parceiro faz e deixa de fazer nas redes é bem comum. Quem não conhece uma história de algum namoro que foi abalado ou mesmo rompido por conta de likes ou mensagens?
De acordo com ANA CRUZ, psicanalista, o PROBLEMA NÃO SÃO AS REDES SOCIAIS e, sim, quem as habitam. “O ser humano é mestre na arte de complicar o simples. O que acontece é que vivemos em uma sociedade que fomenta o egocentrismo, em todas as vias. Com o passar do tempo, foram mudando as válvulas de escape e as formas de exibir isso”, comenta a profissional.
Ou seja, se você é ciumenta, controladora ou insegura nas redes sociais, isso significa que é assim na vida real também. E o mesmo acontece com seu parceiro. “O sujeito de hoje não tem a capacidade de gerenciar conflitos. UM LIKE JÁ VIRA UMA BRIGA” aponta Ana.
A complicação está, portanto, na forma de reagir a esse desconforto. “Como fazer? Dar um showzinho ou EXPOR O DESCONTENTAMENTO? Geralmente, já se saí chutando o pau da barraca”, fala.
GERENCIANDO O AMOR NO FACEBOOK
Antes de assumir um relacionamento para a sua comunidade virtual, TENHA CERTEZA DE QUE O COMPROMISSO É PARA VALER. Assim, você evita possíveis constrangimentos futuros. “Todo mundo quer os 15 minutos de fama, de diversas formas. Seja buscando 75 likes e 517 comentários”, afirma a psicanalista Ana.
Segundo a especialista, todos os relacionamentos – incluindo as amizades – precisam de uma logística para funcionar. “CRIEM COMBINAÇÕES DO QUE VOCÊS VÃO POSTAR”, sugere Ana.
Isso vai evitar que, em um ato irracional de emoção e alegria, um de vocês acabe ferindo o outro ao identifica-lo em fotos que ele não gostaria – seja por timidez ou por motivos profissionais – ou mesmo postando momentos íntimos, que o parceiro julga ser apenas do casal.
Se você se sente dominada pelo ciúme quando está lendo o feed e, por acaso, se depara com algo de que não gostou, o conselho de Ana é NÃO IR PARA CIMA DO PARCEIRO E, SIM, PARA CIMA DE VOCÊ. “Pergunte-se se você não está fazendo tempestade num copo d’água. Dependendo da resposta, converse com o outro”, aconselha a psicanalista.
UM AMOR, UM PERFIL
Para Ana, uma problemática que circunda não apenas as redes sociais, é essa crença de que AS PESSOAS QUE SE AMAM SÃO UM CORPO SÓ. “Em um relacionamento existem três coisas: o eu, o outro e o nós”, afirma.
Se com a intenção de aliviar conflitos você decidir criar um perfil de casal no Facebook, é preciso ter cuidado. Alguém dentro desta relação está se deixando dominar, e isso não é bom. “Isso é UM ROUBO DESCARADO DA INDIVIDUALIDADE E DO ESPAÇO, que abrange os três corpos de um relacionamento, mas apenas um deles tem o excesso de controle. Não dá em nada”, aponta a psicanalista.
Ter acesso às senhas (ou mesmo descobri-las) do parceiro ou investigar o telefone dele pode ser um perigo para a relação. “A pessoa acha que tem o direito de fazer isso porque ama, para matar a curiosidade. Na verdade, ELA SE SENTE ILUSORIAMENTE SEGURA, ela quer a busca o controle”, diz Ana.
Para que o casal fique tranquilo com o comportamento do parceiro nas redes sociais, é preciso, de acordo com Ana, uma BOA DOSE DE AUTOCONHECIMENTO. “Saiba seus limites, respeite a espaço”, aconselha a psicanalista.
E lembre-se: o outro é uma pessoa, e não sua posse. E o perfil dele, também não.
Publicada no dia 14 de Junho, às 08h26