Entenda como o paciente deve agir caso se descubra portador dos vírus HIV e HPV

O Dia Mundial de Combate à Aids é comemorado no primeiro dia de dezembro e todo o mês ações são desenvolvidas na Bahia para alertar sobre o vírus HIV. A data foi fixada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) durante a Assembleia Mundial de Saúde e, desde 1988, um ano após a decisão, o dia é celebrado no Brasil.

Anos após os surgimentos dos primeiros casos de Aids, até a primeira epidemia, que foi registrada no país entre as décadas de 1980 e 1990, a medicina já avança a passos largos e, com isso, hoje o paciente portador do vírus consegue manter uma vida tranquila e até mesmo zerar a carga viral.

Na Bahia, de janeiro à 25 de setembro deste ano, foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 601 casos de Aids em adultos e 8 em crianças. Já de HIV foram computados 1207 casos em adultos e 11 em crianças. 

s dados são da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), que informou ainda que a rede estadual já disponibiliza a profilaxia pós-exposição, que funciona com a finalidade de proteger o organismo de uma pessoa que manteve relações sexuais de risco ou desprotegida. Segundo a Sesab, o medicamento é disponibilizado no Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (Cedap) e no Hospital Couto Maia, ambas em Salvador. O prazo máximo para procurar o atendimento é de 72 horas.

Sobre o vírus, a infectologista do Hospital Roberto Santos e professora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Nanci Silva. disse que pacientes que se descobrem portadores do HIV, conseguem viver bem, embora ainda precisem ultrapassar as barreiras do preconceito.

“O mais importante é a aderência à terapêutica, é o paciente saber que a partir dali ele funciona igual ao paciente diabético, hipertenso e cardiopata. É claro que precisa vencer todos os preconceitos que ainda estão na memória das pessoas de que quem adquire o vírus HIV é promíscuo, é uma pessoa sem qualificação, quando na verdade o vírus é para qualquer pessoa que tenha relação sexual sem camisinha. Uma pessoa portadora do vírus HIV vai viver muito bem, obrigada”, garantiu.

Para a Nanci, o primeiro passo para uma pessoa que adquire o vírus é procurar atendimento de qualidade, onde ele receberá explicações precisas sobre a doença. “Para você fazer um exame em uma pessoa, a pessoa precisa estar ciente do que significa esse exame. Essa pessoa deve ser esclarecida. Claro, se você é positivo para o vírus HIV, você deve tomar uma conduta. Após a descoberta você deve tomar a terapêutica absolutamente efetiva. É preciso entender que quando você se descobre HIV positivo, não é fim do mundo, apesar de todo o preconceito que nós vivemos. É como qualquer outra patologia de modo geral”, afirmou.

Sobre a medicação, a infectologista garante que é efetiva e gratuita, no entanto, a pessoa não pode deixar de tomar, ou estará sujeita a vírus oportunistas que podem trazer graves prejuízos à saúde.

“Existe a terapêutica, ela é efetiva e está disponível na rede pública. O Estado disponibiliza essa medicação e ele vai ter qualidade de vida. Ele não vai ser impedido de fazer as atividades dele, da vida diária, se ele começar a tomar o medicamento. Hoje as medicações têm menos efeitos adversos, hoje nós partimos para dar um ou dois comprimidos por dia ao paciente. (…) Se não tomar a medicação adequadamente ele vai ter infecção de vírus oportunistas, vai complicar a vida dele de algo absolutamente evitável. Ele não deve parar de tomar nunca, independente da carga viral zerar, porque é isso que nós queremos. As pessoas precisam realmente de conscientização e não negligenciar sob nenhuma circunstância. Aquilo ali é a vida dele, ele precisa se amar”, frisou.

HPV

Na última segunda-feira (27) um estudo divulgado pelo Ministério da Saúde mostrou que sete em cada dez soteropolitanos com idades entre 16 e 25 anos estão infectados com o vírus HPV. Segundo os dados, o número de jovens com o vírus na capital da Bahia supera todas as capitais do país, com uma porcentagem de 71,9%. Alarmantes, os dados mostram que a população negligenciou o uso do preservativo.

Nanci Silva também enfatizou que as pessoas estão iniciando as relações sexuais precocemente e que é preciso frisar que existe camisinha e vacina contra o vírus disponível na rede pública.

“O que é interessante é que nós temos vacinas efetivas e que, infelizmente, as pessoas não vacinam, por ignorância, medo, preconceito, por mil motivos. A vacina é eficaz, queríamos ter uma vacina contra HIV. É importante que se procure uma ajuda médica, porque o HPV é um vírus que pode causar câncer de pênis, de colo do útero ou de laringe”, explicou.

Questionada sobre o tipo de medicação e tratamento que são passados a pessoas portadoras do vírus, a infectologista alegou que “não deve ser falada”. “É importante falar que se faça a prevenção, mas depois que ele descobre a doença, é preciso continuar no acompanhamento médico, porque tem risco de câncer”, finalizou.

 

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