‘Queremos que a justiça seja feita’: Família de mulher trans morta a facadas diz que vítima sofria violência doméstica

A família de Deysianne França, de 31 anos, mulher trans morta a facadas em um ponto de ônibus, no Largo do Tanque, em Salvador, afirmou que a vítima sofria violência doméstica por parte do ex-companheiro.
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Em entrevista, o tio da vítima, Ednaldo Cristiano, afirmou que a sobrinha era ameaçada. “Ela ficava muito presa em casa, era impedida de estudar, porque ele [ex-companheiro] não deixava”. As informações são do g1.
“Minha sobrinha era uma boa pessoa, queria realizar os sonhos dela e esse indivíduo, que não aceitava o fim do relacionamento, foi lá e fez isso”, complementou.
Por meio de nota, a Polícia Civil afirmou que a linha de investigação do crime não está sendo informada neste momento para não atrapalhar a apuração. Familiares e testemunhas estão sendo ouvidos para ajudar esclarecer os fatos.
A família está muito abalada e espera que o crime seja solucionado, conforme disse a tia de Deysianne, Tatiana. “Queremos que a justiça seja feita”, enfatizou.
Acolhimento em centro LGBTQIA+
Deysianne França era uma mulher jovem e cheia de sonhos, conforme contou Renildo Barbosa, coordenador do Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBTQIA+ do Estado da Bahia (CPDD), onde ela era acolhida.
“Ela não era rifeira como foi veiculado em algumas reportagens, era uma mulher sonhadora querendo enfrentar as adversidades e dificuldades que a vida lhe deu, por conta de ser trans. Era estudiosa, estava sempre feliz e motivada. Buscava nosso apoio e queria dar certo na vida”, detalhou.
A jovem relatou que era vítima de ameaças e agressões, no entanto, o coordenador do centro não soube informar se Deysianne já havia registrado algum Boletim de Ocorrência (BO) contra o agressor.
“Ela relatou para a gente as ameaças e agressões que sofria. Íamos acompanhá-la, por causa do processo de troca de nome, mas vamos pedir para a polícia investigar se já tinha algum BO registrado”.
Além de ser acolhida no centro, a mulher fazia curso para concluir o ensino médio através do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) e tinha o desejo de entrar em uma universidade.
“Ela era muito extrovertida e sabia se comunicar muito bem. Ainda não havia pensado no curso que faria na faculdade, mas gostava muito de estudar sobre questões que envolvessem os direitos humanos”.
O Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBTQIA+ é uma iniciativa da Secretaria De Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) e atua no acolhimento de pessoas da comunidade LGBTQIA+. Ele fica localizado na Rua do Tijolo, no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador.
No local, é possível ter acesso a serviços gratuitos como formação em políticas públicas e diversidade para agentes públicos de educação, saúde e segurança; retificação do nome; apoio jurídico em denúncias e processos; encaminhamentos em saúde (tratamento hormonal); encaminhamento para adesão em programas sociais; fomento a inserção no mundo do trabalho; preparatório para o Enem e o Encceja.

 

 

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