Adolescente suspeito de matar Hyara Flor volta a ser apreendido mais de 1 ano após crime
Ele era casado com a também adolescente.

O adolescente de 16 anos suspeito de matar a cigana Hyara Flor dos Santos Alves foi apreendido novamente nesta quinta-feira (22/8), mais de um ano depois do crime, em cumprimento a um mandado de busca e apreensão. Segundo a Polícia Civil, ele foi localizado na cidade de Itapetinga, no sudoeste baiano. A jovem tinha 14 anos quando foi morta e estava casada havia quarenta e cinco dias.
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Hyara foi morta no dia 6 de julho de 2023, quando tomou um tiro no queixo e asfixiou no próprio sangue, como afirma a necrópsia. O feminicídio aconteceu na cidade de Guaratinga, no sul da Bahia. Inicialmente, o marido de Hyara foi apreendido como suspeito, mas foi solto um mês após o ocorrido, quando a investigação da Polícia Civil e os depoimentos de sua família responsabilizaram o cunhado da vítima, que na época era uma criança de nove anos, pelo crime. Os tiros teriam sido acidentais.
A família de Hyara discordou da definição policial, afirmando que o feminicídio teria sido uma vingança arquitetada pelo sogro da vítima, porque sua esposa teria um envolvimento romântico com o tio da menina. Os familiares contrataram o perito Eduardo Llanos, que foi até o local do crime e reconheceu a arma utilizada como uma pistola calibre 360. Um armamento desse tipo não poderia ser manuseado por uma criança, inocentando o cunhado de Hyara. Além disso, o Departamento de Polícia Técnica (DPT) encontrou marcas genéticas do marido na pistola, que foi disparada a 25 centímetros do rosto de Hyara.
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) e a Polícia Civil atenderam ao pedido, solicitando uma medida cautelar de internação para o jovem, que não se concretizou. Desde então, o adolescente estava foragido – até hoje, quando foi localizado no bairro Quintas do Sul, em Itapetinga. Apreendido por ato infracional análogo ao crime de feminicídio mais de um ano depois da morte de Hyara, o suspeito foi encaminhado para exames e está sob controle da Vara da Infância e Juventude.
Yago Alves, pai de Hyara, diz que ele mesmo tinha iniciado uma investigação por conta própria, e foi o responsável por descobrir o paradeiro do ex-genro em Itapetinga. Iago diz que o jovem estava escondido lá havia dois meses, mas só hoje foi possível apreendê-lo. “Hoje me sinto aliviado, confortado em ter honrado a minha filha. Foi uma batalha dura, então só quero que as autoridades façam valer a pena, e que ele fique lá pelo menos até os dezoito anos, para pagar o que ele fez”, diz o pai da vítima.
A apreensão foi feita pela Diretoria Regional de Polícia do Interior (Dirpin – Sudoeste/Sul), a 21ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Itapetinga), a 23ª Coorpin/Eunápolis, e a Coordenação de Apoio Técnico e Tático à Investigação (CATTI/Sudoeste).